sexta-feira, 29 de agosto de 2008

História

Se confirmado, trata-se de um fenônemo capaz de mudar profundamente o alcance do movimento ambientalista no Brasil: uma pesquisa realizada pelos ministérios da Educação e do Meio Ambiente entre jovens integrantes do movimento identificou que a maioria não advém da classe média ou das elites, mas emerge das classes mais populares e com níveis de escolaridade mais baixos.

Segundo Fábio Delboni e Soraia Mello, técnicos da Coordenação-Geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação, esse fenômeno poderia contribuir para a popularização da questão ambiental no Brasil, necessária para que o movimento se fortaleça, integre as questões ambientais à problemática social e tenha maiores condições de influenciar os rumos das políticas públicas. (leia mais na edição 3 da Revista Página 22).

Até então, a história do movimento ambientalista no País tinha sido caracterizada pela participação dominante das classes da elite e com alta escolaridade, como mostra a série histórica "O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável", pesquisa coordenada pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser).

Os dados, portanto, representam uma novidade e indicam que começa a haver uma renovação nos quadros do movimento.

Na última pesquisa do Iser, a coordenadora e pesquisadora Samyra Crespo já havia identificado uma mudança na percepção do conceito que o brasileiro tem sobre o meio ambiente. Uma parte crescente dos entrevistados deixou de acreditar que esse é apenas um sinônimo de fauna e flora, e passou a relacioná-lo a seu dia-a-dia, aos problemas urbanos, do bairro e da comunidade.

Para explicar a adesão dos jovens de classes mais baixas ao movimento ambientalista, os técnicos do MEC levantam a hipótese de que essas pessoas estão cada vez mais expostas a problemas como enchentes, desabamentos e falta de saneamento, e começam a entender essa realidade social à luz da questão ambiental.

Os técnicos ponderam, entretanto, que essa é uma análise preliminar, e que seriam necessários novos estudos e um tempo maior de acompanhamento e análise para reforçar ou refutar essas hipóteses.

A pesquisa realizada pelos ministérios coletou dados entre dezembro de 2004 e janeiro de 2005 e ouviu 241 jovens em todo o Brasil. Os resultados estão detalhados no livro Juventude, Cidadania e Meio Ambiente - Subsídios para a elaboração de políticas públicas. Eis alguns deles:

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